Duque Bacelar, cidade pequena, escândalo grande. A nova especulação que circula pelos bastidores políticos do município é inflamável — literalmente. Segundo apurações e denúncias locais, o dinheiro que deveria estar pavimentando ruas ou reformando escolas pode ter bancado… um posto de gasolina.
O proprietário do posto recém-inaugurado é o mesmo nome por trás da J S Engenharia, a mesma empreiteira que virou figurinha repetida nas planilhas da Prefeitura de Duque Bacelar — com contratos que ultrapassam R$ 10,5 milhões em apenas quatro anos. Mas o escândalo pode ir além: há fortes indícios de que nem o posto, nem a empreiteira pertencem de fato ao laranja que assina os papéis, mas sim ao próprio prefeito Flávio Furtado — o “Leão”, como gosta de ser chamado nas redes sociais.
Leão? Talvez. Mas não do tipo que caça. Ele cultiva. Cultiva contratos. Cultiva empreiteiras. E agora, ao que tudo indica, cultiva bombas de combustível compradas com verba pública.
Fontes apontam para um sofisticado esquema de desvio de recursos: o prefeito monta empresas em nome de terceiros, direciona licitações, fatura com contratos superfaturados e reinveste no que seria um império disfarçado — incluindo, agora, um belo posto de gasolina no meio do sertão.
E tudo isso sob o silêncio conveniente dos que deveriam fiscalizar. Nenhuma investigação aberta, nenhum vereador cobrando explicações, nenhum órgão de controle batendo à porta.
Se confirmado, não estamos falando só de rachadinha ou jeitinho, mas de um modelo de governo-empresa, onde o poder público serve como escada para a multiplicação de patrimônio privado.
A pergunta que ecoa é:
Quantos quilos de cimento superfaturado são necessários para erguer um posto de gasolina com verba pública?
0 Comentários