Rubens Júnior subiu à tribuna da Câmara achando que ia se defender, e acabou se incriminando. Confessou, sem piscar, que procurou o ministro Flávio Dino, do STF, para falar sobre um processo do Tribunal de Contas do Maranhão que tramita na Corte, mesmo sem ser parte do processo nem advogado constituído na causa. Disse que foi em “missão de paz”. Paz?! Só se for com o Código Penal no bolso e o bom senso em exílio voluntário.
Juridicamente, sua confissão é um escândalo: pode ser interpretada como tentativa de tráfico de influência, violação da separação dos poderes e atentado ao decoro parlamentar. O próprio deputado admitiu ter sido repreendido por Flávio Dino, que, pelo visto, percebeu o tamanho da barbeiragem. Ao final, saiu do Supremo com um carimbo de “não se meta” e foi pra tribuna confessar, com orgulho, o que qualquer outro político negaria até sob tortura.
No fim, o discurso virou uma autodenúncia com microfone. Rubens tentou se justificar e acabou descrevendo o próprio crime. O Maranhão assistiu perplexo ao primeiro caso de autoindiciamento parlamentar em cadeia nacional.
No Maranhão, o crime é político, o flagrante é ao vivo, e o réu ainda conta vantagem!

0 Comentários