Palácio dos Leões e La Ravardière estão conversando.
E quem costura, discretamente, os fios dessa aliança é Gilberto Kassab, o onipresente presidente do PSD, conhecido por transformar movimentos partidários em arquitetura de poder.
Quem está por dentro do assunto afirma que Carlos Brandão, sem partido desde que lhe tomaram o comando do PSB no Maranhão, foi sondado na última semana, quando esteve em Brasília, sobre a possibilidade de ingressar no PSD, podendo levar junto Orleans Brandão, secretário de Assuntos Municipalistas.
A articulação, segundo interlocutores, repete o roteiro de Kassab em outros estados estratégicos.
Nos últimos meses, ele conduziu pessoalmente as filiações dos governadores Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, e Raquel Lyra, de Pernambuco, ampliando o mapa do PSD com lideranças de perfil moderado e discurso administrativo.
Com o ingresso de Brandão, Kassab ganharia no Nordeste mais um palanque para eventual pré-candidatura ao Palácio do Planalto de Ratinho Júnior ou Eduardo Leite, projeto que o dirigente já admite querer colocar em prática no próximo pleito.
O Maranhão, agora, seria o próxima movimento desse xadrez.
O plano é pragmático, elegante e de longo prazo.
Eduardo Braide, prefeito reeleito de São Luís e presidente estadual do PSD, manteria o comando da sigla e continuaria à frente da Prefeitura, mas passaria a compor com o grupo de Brandão.
O desenho político é claro:
➡️ Braide segue no comando da Prefeitura de São Luís com apoio do Governo do Estado, o que impulsionaria ainda mais sua gestão;
➡️ Braide apoiaria Orleans ao Governo em 2026, turbinando a pré-campanha governista que está a todo vapor tocada por prefeitos e vereadores por todo interior do Estado;
➡️ Em 2028, Orleans retribuiria, apoiando Braide, contribuindo para ele eleja um sucessor na Capital, e mais tarde (2030), para o Senado, quando o prefeito já terá encerrado seu segundo mandato, podendo, inclusive, ocupar um cargo estratégico no Governo do Estado até la.
Se a jogada de Kassab vingar, as implicações são profundas.
Braide, que hoje lidera todas as pesquisas para o Governo do Maranhão, sairia da disputa, preservando seu capital político, sem o desgaste de abandonar a Prefeitura no meio do mandato, e ainda fortalecido por recursos e apoio do Palácio do Leões, não perde nada!
Orleans, por sua vez, entraria de vez no jogo da sucessão de 2026, com o apoio combinado de duas máquinas poderosas: o Palácio dos Leões e La Ravardière.
O PSD passaria a controlar, simultaneamente, o Governo do Estado, a Prefeitura da Capital e se consolidaria como a maior força partidária do Maranhão já em 2026, um feito que o estado não presencia desde os tempos em que Sarney unificava o poder.
Mas, por ora, é tudo muito inicial.
O Governador Brandão não descartou a ideia, mas deixou claro que aguarda uma definição do Presidente Lula, quanto ao posicionamento do PT no Estado.
A mesa está posta, a entrada foi servida, as conversas apenas começaram e muita água ainda vai rolar.

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